O Corintiano

O Corintiano, filme de 1966, dirigido por Milton Amaral, que também escreveu o roteiro junto com Amácio Mazzaropi, estrelando Amázio Mazzaropi, Elizabeth Marinho, Lucia Lambertini, Nicolau Guzzardi e Carlos Garcia. 

O filme conta a história de Manuel, um barbeiro conhecido por Mané (Amáncio Mazzaropi), fanático pelo Corinthians, clube em que ele jogou quando jovem, Mané vive entrando em confusões com sua família e vizinhos causados pelo seu amor ao Timão. Como Mané gastou todo o dinheiro ganho na época de jogador, ele tem apenas o sonho de que seu filho mais velho se torne jogador (pode ser centroavante, ponta-direita ou até ponta-esquerda) e que sua filha se case com um jogador do Corinthians (de preferência o Rivellino). Porém ele briga com seus filhos quando percebe que nenhum deles vai realizar seu sonho, já que o mais velho está fazendo faculdade de medicina para virar doutor e a filha quis virar bailarina, os dois fogem de casa, fazendo Mané reflitir sobre suas decisões. Ao mesmo tempo o vizinho palmeirense ve o seu filho se mudar para o interior para jogar em um time de futebol, também deixando o pai sofrendo, apróximando os dois eternos rivais.

O Corintiano é um clássico do cinema nacional, e serviu de grande contribuição para a cultura do povo paulistano que conhecemos hoje, além de espalhar para todo o Brasil a imagem do Corinthiano fanático, que depois seria nomeado de "Bando de Loucos".

Hoje algumas piadas do filme podem parecer não fazer muito sentido, como por exemplo, todo o ideal do Mané preferir tem um filho jogador ao invés de um doutor. Atualmente é comum pais quererem filhos jogadores, muito pelos altos salários, porém na década de 60 (até um pouco mais para frente), jogador de futebol era visto como profissão de "vagabundo", não tendo nenhum glamour que tem hoje em dia.


Mazzaropi carrega o tempo todo o filme nas costas, parecendo ser o único ator de verdade cercado por amadores, mas ele é tão bom que faz o filme valer a pena até hoje. 

Como já havia dito anteriormente, Mazzaropi ajudou a construir a imagem do Corinthiano fanático, ao acompanhar todos os jogos (de preferencia no estádio e quando não podia no radinho de pilha), a adoração a São Jorge, além de ter também um lado supersticioso. Vale lembrar que o filme saiu na época da fila, em que o Corinthians ficou 22 anos sem conquistar o Paulista (1954/1977), logo durante o período em que os torcedores precisavam ser realmente fanáticos pelo time. Outra curiosidade é que Mazzaropi não era torcedor, porém a torcida começou a tratar ele tão bem após o filme que fez ele criar um carinho pelo Corinthians.

O Corintiano é um bom filme de comédia nacional, hoje já está bastante datado, mas para quem gosta de filmes mais antigos e de preferência de quem gosta de futebol também, vale muito a pena assistir ao filme.

Minha Nota: 8,5/10
IMDb: 6,9/10
Rotten Tomatoes: Sem Nota

Cena Marcante:
A cena em que Mané recebe a visita do namorado de sua filha, que pede ela em namoro, porém ele não deixa porque ele é são paulino. É nesse momento que Mané fala para ela tentar namorar o Rivellino.

Vitor Tonetto

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Instagram