Deus e o Diabo na Terra do Sol

Deus e o Diabo na Terra do Sol, filme de 1964, dirigido por Glauber Rocha, que também escreveu o roteiro ao lado de Walter Lima Jr., estrelando Geraldo Del Rey, Yoná Magalhães, Maurício do Valle e Othon Bastos.

O filme conta a história do vaqueiro Manoel (Geraldo Del Rey) e sua mulher Rosa (Yoná Magalhães), o casal vive uma vida no nordeste do país, com bastante sofrimento, enfrentando a fome e a seca em uma terra sem esperança. A única esperança deles é o plano de Manoel de usar o lucro obtido na partilha do gado com o coronel para comprar um pedaço de terra. Quando leva o gado para a cidade, alguns animais morrem no percurso. Para piorar tudo, o coronel Moraes (Milton Rosa) não aceitando o gado trazido por Manoel, causando revolta no casal, Manoel e sua esposa decidem ir embora, abandonado tudo, porém na revolta ele acaba matando o Coronel Moraes, começando a ser perseguido por jagunços. Manoel decide juntar-se a um grupo religioso liderado por um santo chamado Sebastião (Lídio Silva) que lutava contra os grandes latifundiários e em busca do paraíso após a morte. Os latifundiários decidem contratar Antônio das Mortes (Maurício do Valle) para perseguir e matar o grupo, colocando em risco a vida do casal.

Deus e o Diabo na Terra do Sol, é um grande clássico do cinema nacional e é famoso por consagrar o "cinema novo", um movimento cinematográfico brasileiro que que mudou a estrutura do cinema brasileiro que até o momento vivia apenas de comédias, musicais e épicos (claramente adaptados de filmes de Hollywood). O cinema novo deu uma cara própria aos filmes nacionais, principalmente por retratarem histórias do povo brasileiro.


Glauber Rocha, o diretor do filme, é muito famoso pela frase "Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça". Em "Deus e o Diabo na Terra do Sol" ele conseguiu fazer um filme que apesar de ter um ritmo lento, consegue contar uma história forte, pesada e violenta, mas que retratava a situação que o povo enfrentava no nordeste do país.

Toda a história é bastante inspirada na literatura de cordel, além de explorar muito bem, de maneira quase mística as relações sociais.

O filme foi bastante consagrado, tanto dentro, quando fora do país, mesmo com ressalva de público e críticos mais conservadores, chegando inclusive a ser indicado ao Palma de uro no Festival de Cannes em 1964. O consagrado diretor Martin Scorsese se diz um grande fã do movimento "cinema novo" e também do filme.

Fui começar a assistir a pouco tempo os filmes do movimento "Cinema Novo", a muito tempo que vivem falando para mim da importância de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", porém vale lembrar, é um filme muito diferente do que estamos acostumados, tanto em ritmo quando na maneira de contar a história, é necessário que o espectador tenha isso na cabeça antes de assistir ao filme.

Minha Nota: 8,5/10
IMDb: 7,4/10
Rotten Tomatoes: 100% críticos
                              78% publico
Cena Marcante: 
A introdução de António das Mortes no filme, um dos personagens mais famosos do cinema nacional, ele também seria protagonista de outro grande filme de Glauber Rocha, "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro" (1969)

Vitor Tonetto

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